Política
13/03/2020 03:27h

Segundo o relator, senador Marcos Rogério, texto final representa uma “inovação” para o setor e beneficia o consumidor final

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A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal concluiu, nesta semana, a votação da proposta (PLS 232/2016) que abre caminho para um mercado de energia livre, com a possibilidade de portabilidade da conta de luz entre as distribuidoras, a exemplo do que já é visto hoje no segmento de telefonia. 

Para falar mais sobre as mudanças do novo marco legal do setor elétrico, que vão além da modernização do modelo atual de compra do serviço de energia elétrica, recebemos o relator do texto, senador Marcos Rogério (DEM-RO). 

Em linhas gerais, do que trata e quais são os pontos principais da proposta?

“O PLS 232 é o novo marco regulatório do setor elétrico, uma proposta que iniciou com a ideia de criar a chamada portabilidade do setor elétrico, garantir a migração para o mercado livre do consumidor de modo geral. O projeto garante a migração como o direito de todos os consumidores. Começou com essa ideia, mas avançou, evoluiu e, hoje, representa uma inovação em todo o marco legal, praticamente. Ou seja, é um projeto que não inclui apenas uma portabilidade, não fala apenas da possibilidade de migração para quem está no mercado cativo para o mercado livre. Primeiro, trata da portabilidade, do consumidor escolher de quem comprar energia, dando a possibilidade de escolher onde pagar menos ou escolher uma fonte específica. Quer comprar, por exemplo, energia de uma fonte eólica? Ele poderá comprar. Maior concorrência, maior competitividade, menor preço”.

Uma das mudanças previstas no seu substitutivo trata do modelo entre lastro e energia. O que é isso e como vai passar a funcionar daqui para frente?

“Atualmente, lastro e energia são negociados como se fossem um só, o que não corresponde à realidade. De forma simples e resumida, o lastro representa a segurança a que um empreendimento agrega ao sistema, a chamada confiabilidade do sistema, enquanto a energia é o bem que chega na casa das pessoas. Esse arranjo de vender lastro e energia conjuntamente, como se fosse um produto só, acabou criando distorções. Isso gera risco de um produto contaminar a contratação do outro. E o que fizemos foi aprovar um projeto que separa o lastro da energia. Serão tratados de forma distinta. Você pode escolher a fonte de quem comprar, mas tem que participar na formação de lastro, no sentido geral. Hoje, quem mais paga por lastro é quem está no mercado cativo. A confiança do sistema é basicamente custeada por quem está no mercado cativo (consumidores de menor porte). E quem está no mercado livre (grandes consumidores)  E quem está no mercado livre acaba não tendo a incidência desse fator na sua conta de luz. E isso o projeto acaba corrigindo. Ou seja, todos vão pagar por lastro, todos vão pagar por energia. Isso faz com que o consumidor simples, o consumidor que consome menos, fique com a conta mais barata”. 

O seu texto cria o chamado encargo de universalização. Isso é mais um imposto que o consumidor terá que pagar, como isso vai funcionar?

“Esse é outro aspecto importante. [Esse encargo] é o compartilhamento dos custos das distribuidoras com a migração dos consumidores para o mercado livre. E por que estamos fazendo isso? Ao abrir o mercado, abrir a possibilidade de quem pode comprar, eles podem sair do mercado cativo e ir para o mercado livre. Se essa busca pelo mercado livre for intensa, vamos ter uma situação crítica para quem ficar no mercado cativo. A distribuidora compra um volume de energia, produto, o número de consumidores diminui. Consequentemente, o preço para quem ficar será mais caro. Esse será um mecanismo de mitigação. Vamos diminuir esse passivo, criando mecanismo que possa diminuir o tamanho dessa diferença. Não é um tributo, mas um pagamento universal, todos vão pagar. Uma cota para que, havendo consumidores indo para mercado livre, não haja preço desproporcional para quem ficar no cativo”.

Em muitas cidades, as empresas de energia são sucateadas, servem de cabides de emprego e o serviço de energia não é de qualidade e caro. Isso pode mudar com o novo marco legal?

Com a aprovação, a tendência é que tenha mudanças também na qualidade dos serviços prestados pelas distribuidoras. Dessa compensação para quem ficar no mercado cativo, vai ter mediante comprovação do esforço da empresa em reduzir esse impacto. Se a empresa não cumpre seu papel, não cumpre o contrato que tem e não entrega o que tem que entregar, naturalmente essa medida de compensação, esse subsídio de compensação, não vai atendê-las. Seja ela privada ou do setor público. 

Houve a preocupação de ouvir todas as partes envolvidas nessas mudanças e chegar a um texto uniforme?

“O projeto é todo amarrado. Não há espaço para o famoso jeitinho brasileiro. Seja por parte de empresas estatais ou por parte de empresa privadas. Todos deverão cumprir seu papel, entregar o serviço que se propõe entregar. No caso das distribuidoras, deve ser exigido delas a observância do chamado máximo de esforço. Se ela não conseguir demonstrar esse máximo esforço para mitigar a diferença, ela não vai fazer jus ao benefício”. 

 


 

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Política
12/03/2020 03:11h

Principal mudança do substitutivo aprovado na Comissão de Infraestrutura é a possibilidade de o consumidor escolher de qual empresa quer comprar energia

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O texto que regulamenta o novo marco do setor elétrico (PLS 232/2016) teve a votação concluída na última terça-feira (10) e não sofreu alterações, após passar por turno suplementar na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado. O substitutivo já tinha sido aprovado na última semana, mas precisava passar por uma nova rodada de votação porque houve alteração na redação original da matéria. O texto segue agora para a Câmara, se não houver recurso de senadores para análise em Plenário.

O PLS 232/2016 mudará o modelo de consumo de energia elétrica no país. Uma das principais mudanças está na possibilidade de o consumidor escolher livremente de qual empresa e de que tipo de fonte quer consumir energia. Será possível escolher até se quer usar energia de fontes renováveis, como solar ou eólica. É prevista também a abertura do mercado de energia do país para a entrada de empresas privadas, o que, segundo o texto, aumenta a competitividade entre os fornecedores e deve reduzir as tarifas cobradas dos brasileiros.

Segundo o relator da proposta, senador Marcos Rogério (DEM-RO), o projeto nasceu para beneficiar o consumidor final e chegou a um formato que classificou como “inovação em todo o setor”. “O projeto garante a migração como o direito de todos os consumidores. Começou com essa ideia, mas avançou, evoluiu e, hoje, representa uma inovação em todo o marco legal praticamente. É um projeto que não inclui apenas uma portabilidade, não fala apenas da possibilidade de migração para quem está no mercado cativo para o mercado livre”, esclareceu. 

O texto inclui também a alteração da forma de comércio entre lastro e energia. O lastro é uma espécie de garantia exigida pelo Ministério de Minas e Energia (MME), que custeia geradores, distribuidores e consumidores. Pela legislação atual, o lastro e a energia elétrica efetivamente gerada e consumida são negociados como se fossem um só produto. Com a aprovação do projeto, esses itens passarão a ser negociados separadamente. 

Outro aspecto é quanto ao compartilhamento, entre distribuidoras, dos custos com a migração de consumidores para o mercado livre. Pelo modelo atual, as companhias são obrigadas a contratar toda a carga de energia elétrica para atender seus consumidores. Marcos Rogério aponta que, assim, a empresa que ficar com excesso de energia elétrica após a migração em larga escala para o mercado livre poderia repassar isso ao consumidor, deixando a conta de que ficar no mercado cativo mais cara.

A solução encontrada pelo senador foi a criação do que chamou de “pagamento universal”, uma espécie de cota para que a migração de consumidores do mercado cativo para o mercado livre não crie um desequilíbrio nos preços. “A distribuidora compra um volume de energia, produto, o número de consumidores diminui. Consequentemente, o preço para quem ficar será mais caro. Esse será um mecanismo de mitigação. Vamos diminuir esse passivo criando mecanismo que possa diminuir o tamanho dessa diferença”, justifica o relator.

 


 

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Saúde
11/03/2020 18:51h

Uma das medidas para tentar controlar circulação do vírus no país é a liberação de R$ 5 bi de emendas do relator do Orçamento para ações de saúde

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Com mais de 118 mil casos espalhados pelo mundo, o novo coronavírus está em curso de uma situação de pandemia, ou seja, uma epidemia global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), chegou a hora do mundo tomar medidas de controle e prevenção para a situação não fugir totalmente do controle. Nos últimos dias, o registro de casos do Covid-19 fora da China aumentou 13 vezes e o número de países com notificações da doença triplicou.

Na tarde desta quarta-feira (11), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o Brasil já estava ciente do risco de ampla disseminação do vírus e está preparado para combater e tratar os casos da doença. 

“De uma maneira até certo ponto tardia, a OMS concorda com a posição brasileira de que estávamos frente a uma pandemia. Pandemia é uma situação que um vírus tem uma alta capacidade de presença em continentes e transmissão sustentada em vários desses continentes. O Brasil já vinha alertando para isso. Então, pacificando essa questão, o vírus começa a ser melhor decifrado quanto ao seu comportamento”, afirmou Mandetta, durante participação na comissão da Câmara dos Deputados que trata do assunto.

Segundo o ministro, serão liberados R$ 5 bilhões de emendas do relator do Orçamento para ações de saúde, recursos que poderão ser aplicados em compras de máscaras, luvas e materiais desinfetantes. Um membro do Legislativo, ainda não definido, será convidado para compor um comitê das despesas para conter o coronavírus.

“O vírus é extremamente duro e derruba o sistema de saúde. Se ele não tem letalidade individual elevada, ele representa risco ao sistema de saúde. Quando mais aguda [a circulação do vírus], mais pessoas ao mesmo tempo acionam o sistema de saúde”, ponderou o ministro. 

Para reforçar o aparato em torno das medidas contra a doença, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que o Parlamento vai atuar rapidamente para formar uma agenda que minimize os impactos da pandemia de coronavírus. “Estamos à disposição para discutir não apenas leis, mas principalmente soluções que envolvam o nosso orçamento, já que sabemos que haverá necessidade de utilização de recursos que não estavam previstos”, reforçou.

Responsabilidade social

No fim da tarde desta terça-feira (11), o Ministério da Saúde atualizou os dados do novo coronavírus: já são 52 casos confirmados no país e 907 suspeitos. O caso mais grave até o momento foi registrado em Brasília (DF). O marido de uma paciente já diagnosticada com a doença também recebeu resultado positivo, após ser obrigado pela Justiça a fazer o exame.

Sobre esse caso especificamente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lembrou que posturas como essa do paciente podem representar um risco à saúde pública por conta da circulação não controlada do vírus. “Se nós formos para esse quadro com esse tipo de comportamento, será muito difícil. Entendamos que, no momento, temos que fazer aquilo que está ao alcance das mãos de todos os brasileiros. Lavem as mãos, se estiver gripado, resfriado, não visite pessoas idosas”, recomendou Mandetta.

Outro comportamento que não ajuda nesse momento é o de propagação de notícias falsas, as chamadas fake news. A cada semana, enquanto o Ministério da Saúde atualiza o números de casos confirmados de infecção por coronavírus no Brasil, redes sociais e grupos de conversas de WhatsApp e Telegram, por exemplo, são tomados por informações que desinformam a população sobre as formas de contágio e prevenção ao COVID-19. Para informações oficiais, acesse o site saúde.gov.br/coronavirus.

 

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Comportamento
08/03/2020 03:28h

Dados da ONU mostram que nove em cada 10 pessoas têm preconceito de gênero; no país, 24 milhões de mulheres tem próprio negócio, segundo Sebrae

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De todos os países do mundo, o Brasil é o ambiente onde as mulheres mais sofrem preconceito. Por conta do gênero, mulheres são apontadas como menos capazes de exercer lideranças políticas, de assumir cargos em diretorias de empresas e de serem chefe de negócios. Mas quando elas decidem provar para o mundo que ele está errado, o resultado pode ser fantástico.

E uma das formas delas “meterem o pé na porta” é por meio do empreendedorismo. Mulheres de fibra que ajudam a colocar esse mesmo Brasil preconceituoso em um outro ranking, agora mais próspero, o de 7º país em maior proporção de mulheres empreendedoras. 

Começar o negócio pode vir de uma necessidade, do susto ao ficar desempregada, após o fim de um relacionamento e até como atividade complementar a um outro serviço para evitar riscos financeiros. O consenso é que em nenhum dos casos é fácil. É o caso de Marina Queiroga Carneiro, de 29 anos. Proprietária de uma agência de publicidade de Brasília, a jovem superou mais do que os obstáculos tradicionais de empreender no Brasil, como o pagamento de impostos e a burocracia para a abertura de empresas.

“Quando chego na reunião, com cara de jovem e por ser mulher, tive que provar muito mais para os meus clientes. Trazer muito mais resultado, muito mais rápido, porque eles já me julgavam menos capaz do que se fosse um homem”, conta. 

 

 

O primeiro “negócio” de Marina foi antes mesmo de chegar a maioridade. Ao ver que precisaria parar com as aulas de balé porque a mãe não podia mais pagar o curso, começou a dar aula para meninas mais novas para pagar sozinha as aulas. As ideias foram mudando, os obstáculos foram crescendo, mas o propósito se manteve. Hoje, Marina gerencia uma agência de publicidade e emprega outras quatro mulheres.

“Eu falaria para elas não se intimidarem e fazerem o que querem fazer para serem felizes e não para agradar a alguém. Porque vejo muito essa sensação de agrado, compensação, como se tivessem que se provar para o mundo, mas tem que ser para nós mesmas. E a partir daí começa a se reconhecer e, consequentemente, terá um reconhecimento da sociedade. Isso é o principal”, aconselha.

A sensação de intimidação a que Marina se refere se justifica. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) analisou 75 países, que representam 80% da população global, e concluiu que nove em cada dez pessoas, inclusive mulheres, têm preconceito de gênero. Segundo a pesquisa, o consenso é que mulheres são menos capazes apenas pelo fato de serem mulheres.

Não na mesma proporção, mas engajadas em transformar essa realidade, as empreendedoras somam 24 milhões de pessoas, segundo dados do Sebrae. Uma delas é Kelly Nogueira, de 40 anos. De policial militar no estado de São Paulo a empresária de sucesso. O gatilho para a mudança de vida foi um relacionamento abusivo.

“Meu ex-namorado era abusivo, me menosprezava, dizia que eu não seria ninguém, dizia que tinha nojo de mim porque minhas unhas eram roídas. Muito tempo sofri em silêncio, até que alguma coisa despertou em mim e decidi que estava na hora de mudar minha vida. Peguei o que mais me machucava e transformei na minha força”, lembra. Assim surgiu o primeiro quiosque de alongamento de unhas. Depois veio uma loja, que hoje faz parte de uma rede de sete. Cada uma fatura cerca de R$ 1 milhão por ano. “A minha história de vida inspira muitas mulheres. Não tenho só o serviço de unha, eu empodero, vendo autoestima e transformação”, ressalta Kelly. 

Para Juliana Guimarães, especializada em Concepção e Gestão de Negócios, o empreendedorismo surge muitas vezes como uma forma da mulher se relacionar com o mundo. “Vejo que quando as mulheres buscam essa alternativa, buscam não só para complementar a renda, mas para suprir uma necessidade de autorrealização. Para fazer aquilo que realmente gostariam como atividade principal”, pondera.

Ao fazer esse “enfrentamento”, segundo Juliana, é preciso ampliar o debate para reverberar. “A gente precisa entender que não adianta discutir apenas entre nós o quão é importante a nossa representatividade dentro do mercado. Tem que trazer os homens para que eles entendam. Porque a gente vem de um processo de criação de cultura muito machista, que teve mudanças, mas que precisa continuar. É importante ter diversidade, inclusive, no âmbito de quem discute o assunto para poder mudar a situação”, indica.

 

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Política
28/02/2020 13:30h

Principal item do texto, já aprovado pelos deputados, é a abertura de concorrência entre empresas públicas e privadas para prestação de serviços

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O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), deve agitar as articulações políticas nos próximos dias ao incluir na pauta de votação o Marco Regulatório do Saneamento Básico (PL 4.162/2019). A principal mudança no texto, que já foi aprovado pela Câmara, é o fim dos chamados contratos de programa e a obrigatoriedade de os municípios abrirem concorrência para a escolha das empresas que vão prestar os serviços de água e esgoto. 

Segundo o vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), o projeto deve ser incluído na pauta de votação da Casa ainda este mês, tendo em vista que a saúde da população depende de um serviço de saneamento de qualidade. “Aprovar esse texto é fundamental para evitar dezenas e dezenas de doenças”, justifica o parlamentar. 

O parlamentar defende ainda que o novo modelo proposto, com concorrência entre empresas públicas e privadas, é um caminho para a transparência. “A licitação é aberta, ampla, clara, facilita organismos de fiscalização e controle para que sejam atendidas todas as exigências dentro de um setor como saneamento”, completa Rodrigues. 

O senador Jayme Campos (DEM-MT) também vê com bons olhos a aprovação do texto e acredita que o novo modelo de saneamento fará do Brasil um país mais “próspero”. “Defendo a livre concorrência do mercado, respeitando as leis de cada setor. Tenho enorme expectativa para que essa regra se aplique ao saneamento. Iniciativas que busquem facilitar esse processo são bem-vindas para melhorar a qualidade de vida da população e garantir a prestação de um serviço que é essencial”, opina o parlamentar.

Segurança jurídica

O novo marco legal do saneamento básico prevê que os atuais compromissos fechados entre municípios e empresas estatais de saneamento, geralmente estaduais, serão mantidos até o fim do prazo previsto em contrato. Até 31 de março de 2022, os atuais contratos de programa, que não exigem licitação, poderão ser renovados por mais 30 anos. O mesmo se aplica às situações emergenciais, nas quais não há contratos formais, mas o serviço é prestado mesmo assim.

Já os novos contratos deverão conter a comprovação da capacidade econômico-financeira da empresa vencedora, com recursos próprios ou por contratação de dívida. Esse mecanismo será exigido para viabilizar a universalização dos serviços até 31 de dezembro de 2033, meta estabelecida na assinatura do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), há 10 anos. A metodologia para comprovar essa capacidade econômico-financeira será regulamentada por decreto do Executivo.

Para a pesquisadora do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV/CERI) Juliana Smiderle, o cenário atual do saneamento básico no país, com milhões de brasileiros sem abastecimento de água e sem coleta e tratamento de esgoto, exige mudanças urgentes na legislação. 
“A gente entende que é necessário mudar o ambiente de negócios de saneamento para promover investimentos. É preciso propiciar maior uniformidade regulatória e ampliar a concorrência no setor, a competitividade, propiciando maior segurança jurídica. Não tem mais como a gente contar só com os cofres públicos, é necessário que venham aportes de outras fontes”, defendeu.

Esta é a terceira tentativa do governo de mudar as regras para prestação de serviços de saneamento básico. Anteriormente, duas medidas provisórias sobre o tema (844/18 e 868/18) perderam a vigência sem serem votadas por deputados e senadores. 
 

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Educação
28/02/2020 12:00h

Projeto de alunos do SESI utiliza sensores em galerias pluviais e disputa título nacional de robótica a partir de sexta-feira (6), em São Paulo

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Como alternativa às fortes chuvas que castigaram Minas Gerais em 2020, alunos do SESI Alvimar Carneiro de Rezende, de Contagem, desenvolveram um projeto que promete preservar vidas em novos casos de enchentes. O sistema de alerta, batizado de Monitoramento de Zonas de Risco Inteligente (Metron), funciona partir de sensores instalados nas galerias de águas pluviais e é um dos 100 selecionados para a etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, que começa na sexta-feira (6), em São Paulo. 

O Metron tem dois sensores na mesma galeria, posicionados em alturas diferentes. Quando a água atingir o primeiro nível, mais baixo, será enviado um sinal para a Defesa Civil avisando que determinada área está em alerta. Ao atingir o segundo nível, considerado mais perigoso, será acionado um sinal sonoro e enviado um SMS para a população evacuar a região. 

Segundo o aluno Diogo Gabriel de Sousa Silva, de 16 anos, um dos integrantes da equipe “Superação”, o primeiro lugar conquistado na apresentação do Projeto Inovação e o terceiro no Desafio do Robô na seletiva regional não devem ser levados em conta na disputa nacional.
“Sabendo de todo esforço, quando apareceu nosso nome, vibramos demais. A primeira coisa que a gente pensou no dia seguinte da premiação foi trabalhar mais duro porque a gente sabe que no [torneio} nacional as equipes têm um nível mais alto. Se a gente quiser um resultado bacana, temos que melhorar sempre”, afirma o jovem.

Nos torneios de robótica FLL, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values. Os grupos utilizam um aplicativo disponibilizado pela LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô é a grande atração dos torneios, mas não é a única prova. Além de mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes precisam mostrar trabalho em equipe e compartilhar conhecimentos e habilidades. 

O professor de matemática e técnico da equipe, Guilherme Guimarães Laborão, garante que os alunos continuam em preparação até a próxima semana para aprimorar o desempenho e o trabalho em equipe. “Se a equipe não estiver engajada, se não tiverem todos caminhando na mesma direção, a equipe não tem êxito. Eles precisam perceber que cada um é uma engrenagem importante do sistema e, se uma não funciona bem, o sistema todo fica comprometido”, pondera o técnico.
 

A competição 

A etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
 
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

 


 

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Educação
28/02/2020 11:53h

Alunos do SESI criaram caixa que pode ser instalada nas residências e serve para tratar a água antes de ir para a rede de captação de esgoto, rios ou mar

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A solução para a crise hídrica enfrentada pela população do estado do Rio de Janeiro, em 2020, pode sair de uma iniciativa pensada por seis estudantes do SESI de Nova Iguaçu, com idades entre 13 e 14 anos. Os alunos da equipe “Wild Lions” desenvolveram uma caixa, com três fases de tratamento – física, química e biológica – que pode ser instalada no subsolo das residências e serve para tratar a água antes dela ir para a rede de captação, rios ou mar. O projeto conquistou o primeiro lugar em Design Mecânico na seletiva regional e é um dos 100 selecionados para a etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, que começa na sexta-feira (6), em São Paulo. 

Segundo o aluno Arthur Oliveira de Mello, de 14 anos, o grupo tem trabalhado para minimizar erros, como o que houve na disputa regional. Um dos sensores do robô parou de funcionar na hora da prova, em uma das categorias. “Achei que estava tudo perdido, mas no final a gente conseguiu. A gente vem trabalhando muito porque o tempo é curto, precisamos fazer modificações, até para não ter sustos. Estamos seguros do nosso trabalho e acreditamos que podemos obter um bom resultado [na etapa nacional]”, conta Arthur. 

Nos torneios de robótica FLL, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values. Os grupos utilizam um aplicativo disponibilizado pela LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô é a grande atração dos torneios, mas não é a única prova. Além de mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes precisam mostrar trabalho em equipe e compartilhar conhecimentos e habilidades. 

Para o professor de robótica e técnico da equipe, Gabriel Miranda, participar de um torneio do nível da FLL proporciona aos alunos uma “experiência única”. “É algo que não tem preço, ver a felicidade deles, o reconhecimento de um trabalho desenvolvido, o respeito entre a gente. Habilidades e competências socioemocionais, valores que às vezes ficam perdidos na sociedade, vemos claramente que estarão preparados para a vida”, afirma o técnico.

A competição 

A etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
 
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

 


 

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Educação
28/02/2020 09:59h

Ideia concorre, com outras 99 selecionadas, na etapa nacional da FLL, que começa nesta sexta-feira (6), em São Paulo

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Um grupo de alunos do SESI de Governador Valadares pretende dar uma nova funcionalidade aos orelhões, que perderam a importância com o avanço da tecnologia. A equipe “Turma do Bob” desenvolveu um projeto para transformar as cabines telefônicas em cadeiras e lixeiras, por exemplo. A ideia vai ser apresentada na etapa nacional do Festival SESI de Robótica, que começa nesta sexta-feira (6), em São Paulo. 

Durante o processo de identificação dos problemas da cidade, os alunos descobriram quatro depósitos de armazenamento das cabines de proteção dos telefones públicos. Esses ambientes, sem os devidos cuidados, se tornam potenciais ambientes para proliferação de mosquitos da dengue, ratos e escorpiões. 

 

 

Para evitar que a saúde da população esteja em risco e a matéria-prima dos orelhões não seja descartada, o grupo levantou maneiras de reutilizar a fibra de vidro e o acrílico. O material já deu origem a cinco novos objetos usados na própria escola: três lixeiras e duas cadeiras. A criatividade e a forma inovadora dos estudantes renderam a classificação na seletiva regional, no mês passado, em Contagem. Segundo o aluno Gabriel Sousa Cruzate, de 16 anos, tudo saiu como o esperado graças ao esforço de todos. A participação em um torneio nacional, conta Gabriel, tem deixado ele e os colegas ansiosos. 

“Nossa expectativa está alta, estamos trabalhando nisso há tempos, dedicando horas do nosso dia. A gente está dando o melhor que temos para entregar o melhor trabalho possível”, projeta o jovem. Além de lixeiras e cadeiras, o projeto prevê potencial de criação também de estantes, holofotes, carrinho de mão e diferentes tipos de cobertura para casas.

 

 

Valores e habilidades

Nos torneios de robótica, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values. Os grupos utilizam um aplicativo oferecido pela LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô é a grande atração dos torneios, mas não é a única prova. Além de mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes precisam mostrar trabalho em equipe e compartilhar conhecimentos e habilidades. 

Para o técnico da equipe, Túlio Menezes de Barros, a classificação para a etapa nacional é resultado de cinco anos de dedicação. “Para mim, é gratificante. Mudando equipe, tentando encontrar uma melhor ligação entre eles, ou seja, pra mim é realização pessoal. Graças a Deus, é um sonho realizado para toda a equipe depois anos”, comenta. 

O Festival SESI de Robótica, que é o maior campeonato de robótica do Brasil, reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos, na categoria FIRST LEGO League, que utiliza robôs Lego para enfrentar os desafios desta temporada. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
 
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mól, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

 

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Educação
28/02/2020 09:49h

Equipe do SESI de Linhares foi uma das 100 selecionadas na FLL ao criar projeto que garante travessia segura dos pedestres da cidade

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Alunos do SESI Linhares (ES) uniram as tecnologias de semáforos inteligentes e de pisos ecológicos para trazer acessibilidade às ruas da cidade. Isso porque o projeto é capaz de identificar carros, motos e pedestres, incluindo pessoas com mobilidade reduzida, e ampliar o tempo de travessia por meio dos sinais de trânsito. Esse mecanismo funciona a partir da energia gerada por movimento sobre uma superfície especial, conhecida como eco piso. A ideia rendeu aos estudantes uma vaga na etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, que será disputado em São Paulo, a partir de sexta-feira (6).

O projeto surgiu depois que os jovens perceberam que o trânsito da cidade tem aumentado nos últimos anos e que a travessia dos pedestres ainda não era totalmente segura. Para tentar resolver o problema, Arthur Petronetto Loureiro, 15 anos, um dos integrantes da equipe, conta que os semáforos autônomos identificam a aproximação de pessoas ou objetos com 200 metros de distância e fecham em tempos variados, de acordo com a necessidade do pedestre, por exemplo. “Desenvolvemos esse projeto porque não vai beneficiar apenas motoristas e pedestres, mas também deficientes. Fomos na associação [de deficientes] e disseram se sentir excluídos. Esse foi mais um ponto para a gente melhorar a vida de todos no trânsito”, afirmou.

Após conquistar o segundo lugar geral na seletiva regional da FLL, Arthur e os colegas da equipe “The Kings” têm trabalhado para que o projeto esteja encorpado e preparam um protótipo para apresentar durante a competição na capital paulista. “Estamos ansiosos para a [etapa] nacional, fazendo o possível para mandar muito bem lá. Vamos levar basicamente aquilo que mostramos na regional, um pouquinho aprimorado, mas nossa ideia-base continua a mesma. A ansiedade é mínima, vamos mandar muito bem lá, se Deus quiser”, projeta Loureiro.

Valores e habilidades

Nos torneios de robótica FLL, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values. Os grupos utilizam um aplicativo disponibilizado pela LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô é a grande atração dos torneios, mas não é a única prova. Além de mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes precisam mostrar trabalho em equipe e compartilhar conhecimentos e habilidades. 

Para a professora de empreendedorismo e robótica e técnica da equipe, Rose Silva Pinheiro, o grupo encontrou dificuldade no início para identificar qual seria o projeto mais viável. Para chegar ao projeto final, Rose aponta a determinação dos alunos como fundamental alcançar a sonhada vaga na disputa nacional da FLL. “Acredito que [o diferencial] foi eles acreditarem no projeto, que era algo que valia a pena investir. A apresentação foi algo que fez a diferença, havia verdade e propriedade no que estavam falando, realmente pesquisaram e correram atrás”, relata a educadora. 

Essa experiência, para Rose, serve também para amadurecer os jovens e deixá-los mais preparados para a vida adulta. “A gente está a todo momento estimulando, ajudando, criando oportunidades para que os alunos cresçam. Vê-los crescer, desenvolver diferentes habilidades, é algo que realmente motiva, faz a diferença”, garante ela.  

A etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
 
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

 


 

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Ciência & Tecnologia
28/02/2020 09:03h

Alunos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul competem na categoria FLL, que utiliza robôs feitos de peças LEGO, em São Paulo

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Ansiedade de um lado e otimismo do outro. A certeza de estar bem preparado é o ponto de equilíbrio para as 25 equipes que vão representar a região Sul no Festival SESI de Robótica, na categoria FIRST LEGO League (FLL), neste final de semana. Os jovens têm idades entre nove e 16 anos e disputam o título nacional no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. Ao todo, são esperados cerca de 1.500 estudantes de todo o país.

Uma das competidoras, a equipe “Kronos”, do SESI de Gravataí (RS), desenvolveu um aplicativo gratuito que vai dar mais autonomia às pessoas com deficiência visual. A plataforma “Kmob”, que estará disponível para todos os sistemas operacionais de celular, mapeia as calçadas da cidade para facilitar o trânsito desse público.

“A maior dificuldade dos deficientes visuais é de se locomover em espaços urbanos de forma autônoma, sem ajuda de alguém. Então, a gente teve a ideia de desenvolver esse aplicativo, semelhante ao Waze (aplicativo de trânsito). Ele vai avisando onde tem buraco, onde tem piso tátil, onde é acessível ou não, só que na calçada”, explica a aluna Kailane Rodrigues, de 16 anos.

A iniciativa criada por alunos do SESI de Criciúma (SC) visa reduzir gastos com manutenção de faixas de pedestres. Mentora da equipe “Carvoeiros Robots”, a estudante Ana Julia Esmeraldino, de 15 anos, conta que a ideia surgiu a partir de pesquisas junto à administração pública da cidade. De acordo com a aluna, membros da Comissão de Obras informaram que o município tem um alto custo para manter as faixas de pedestres pintadas e pediram sugestões para baratear esse serviço.

“Começamos a pesquisar um novo jeito de fazer com que a pintura da faixa tivesse maior durabilidade. Entramos em contato com vários profissionais e um deles, que mora nos Estados Unidos, disse que as ruas de lá eram de concreto, não de asfalto. Descobrimos, então, que poderíamos usar concreto pigmentado, que já tem a cor da sinalização”, aponta.

O Festival SESI de Robótica, que é o maior campeonato de robótica do Brasil, reunirá 100 equipes, formadas por estudantes de nove a 16 anos, na categoria FIRST LEGO League (FLL), que utiliza robôs feitos de peças da LEGO para enfrentar os desafios desta temporada. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. 


 

 

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